A razão da nossa existência

A associação foi fundada em 2000 por onze pessoas, das quais existem apenas 4 neste momento. Todos os dias quer faça chuva quer faça sol, estão a cuidar daqueles rafeiros. Quando se formou a associação o objectivo era salvar um grupo de animais que se encontravam num barraco que a camara chamava de canil. Ali estavam os pobres sem àgua, sem comida e, a dormir nas suas próprias fezes.
Por alguns relatos que ouvimos na altura eram abatidos à paulada. Assim, no meio daquela meia dúzia de animais estava o negrito, doido muito doido. Conseguimos entretanto arranjar um espaço para nós no "Clube caça e pesca", mas cada vez apareciam mais animais.
Foi então que em reunião com a câmara, conseguimos um espaço para nos, mas num sitio onde cabiam 30 animais no máximo, mas onde tinhamos por volta de 80 almas. As condições eram péssimas, a fossa era a céu aberto, entrava chuva para os canis e, quando chovia era muita a lama; mas apesar das condições, áqueles animais nunca lhes faltou dedicação, amor, muito carinho e, comida todos os dias.
Com o passar do tempo a câmara cedeu-nos um terreno muito maior, onde eles podiam correr e brincar mais à vontade. Tivemos uma ajuda muito boa da câmara em metade da construção do canil mas, infelizmente existem pessoas muito más e, o trabalho feito foi todo destruido. Não desistindo como nos competia começamos a obra de novo e, agora já estamos no novo canil. Faltam ainda algumas coisas para fazer, mas com o nosso trabalho e com ajuda iremos conseguir. Agora temos à volta de 150 rafeiros com o negrito ainda a comandar as tropas, o bart, o simão, a Kelly, a princesa, o piranha, a popota e pepeta, a sissi........ e, muitos mais, cada um com uma personalidade diferente, muito meigos e, todos com a mesma história, terem sido abandonados por um ser humano.
Apesar do muito trabalho que temos todos os dias, apesar de todas as críticas que nos têm feito, apesar de todas as mentiras que têm dito sobre nós, de uma coisa temos a certeza que é de nunca baixarmos os braços e de continuarmos a lutar por aqueles que não têm mais ninguém depois de terem sido abandonados.